terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Guerra

Todos os dias encontro
uma nova trincheira,
um novo campo de batalha,
dentro do meu cérebro.

Luto contra os preconceitos
que cresceram ao meu lado,
assistindo desenhos
e brincando de comandos em ação,
Envolvendo minha mente e a sociedade...

Bombardeio as mentiras e a alienação
provindas daquela criação
baseada em falsos ideais e materialismo disfarçado.

Porém há tréguas,
constantemente o barulho
das metralhadoras ideológicas internas
é substituído por diplomacia externa com os velhos amigos
e falsa imagem de certeza,
afim de conquistar aliados para as supostas convicções
que todos os dias são mais inundadas de duvidas e baixas.

Todas essas duvidas são sempre
em relação a estratégia de batalha...
porque há uma certeza:
o Inimigo...

Porém um paralelo interno
traz esperança para uma paz futura
entre passado e presentes.

O paralelo entre as novas ideologias,
que vem ganhando territórios,
e a antiga fé, proporcionada pela ingenuidade dos inimigos,
que não enxergavam o que ela realmente significava...

Ainda é preciso de muitas reuniões com os livros
e seus generais,
Ainda é preciso muitos combates contra o passado...
Muitas estratégias sobre o presente...

Mas a cada soldado morto
nessa guerra civil entre coração e cérebro,
sangue e mente,
percebo que a paz está na frente de todos,
mas parece que só eu enxergo...
Assim como só eu sinto toda essa guerra.

Cada dia tenho mais certeza na igualdade,
Não apenas a social, a racial ou a sexual,
mas a ideológica...dentro e fora de mim.

A igualdade de fundamentos entre
Cristo e Marx,
Kardec e Engels,
Chico e Che,
Ramatis e Fidel,
Teoria e Prática,
Passado, Futuro e Presente...

O Amor ao Próximo e o Conhecimento
serão as chaves para a Paz,
e não só dos meus conflitos internos...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Meu panorama é outro.

Você diz ser contra todos os preconceitos. Somos todos iguais, negros, brancos, índios, gays, heteros, ateus, católicos, espíritas, protestantes, umbandistas, muçulmanos, ricos e pobres. Você diz que o amor é livre, que o mundo é livre, quem o mercado é livre. Preconceitos são atrasos. Mas mantém escondido no seu interior ao menos um preconceito: o preconceito musical.

Muitas vezes fui recriminado e já fui levado a ter vergonha de admitir, mas hoje não tenho mais: uma das minhas bandas favoritas (ao lado de ícones como Noel, Janis, Bob Marley, Hendrix, Cartola e os garotos de Liverpool) está uma banda da minha geração, de cariocas, chamada Forfun. Mas muitos não entendem e nem querem ouvir ou tentar entender o porquê dessa afirmação.

A trajetória deles muitas vezes se coincide com a minha história. Quando comecei a ouvir Forfun, a uns 6 anos atrás, eles não eram mais do que uma bandinha pré-adolescente com musiquinhas fofas e engraçadinhas, e eu e outros fãs não também esperávamos mais do que isso deles. Porém eu amadureci, os integrantes da banda amadureceram e suas musicas amadureceram. Só que muitos até hoje os taxam, PRÉconceituosamente, como uma simples bandinha de garagem com musiquinhas pré-adolescentes.

Mas o Forfun mudou, e perdeu muitos fãs por conta disso, na era pós-CD Polisenso. Contando com novas influencias misturaram Rock, Reggea,Música Eletrônica e conhecimento histórico/social para criar uma nova banda, que da antiga só tinha o nome. O Forfun de hoje é ainda teoricamente uma banda de pop rock, mas para muitos fãs é uma banda de reggea, ou da classificação vazia de “musica alternativa”. Para mim eles perderam rótulos e se tornaram algo a parte no cenário musical atual. Apesar de não serem nenhuns gênios em acordes ou terem vozes maravilhosas suas letras(novas) são genialmente compostas como críticas a essa sociedade, que merece tantas e recebe tão poucas. Darei apenas um dos muitos exemplos que poderia dar aqui, na música Panorama(CD Polisenso) que trouxe inspiração a esse artigo:

Vivemos rente aos trópicos
Onde as águas de março costumavam fechar o verão
Alimentamos Pensamentos utópicos
E usamos a biodiversidade como fonte de inspiração

Vejo uma senhora vendendo balas em frente ao metrô
No campo, máquinas substituem o agricultor
Imagino como era tudo no tempo do meu avô
Quando não existiam telefones celulares, garrafas pet e nem isopor

Dos bangalôs da Tailândia aos barracos do Vidigal
Dos iates em Ibiza aos soundsystems em Trenchtown
Há algo que move a todos com a mesma força vital
A busca da felicidade e a realização pessoal

Se canta com força, com força a vida
Mantém essa chama que há em você no peito contida
De relance me vejo pedalando um camêlo

Coqueiros e areia em primeiro plano
e ao fundo um navio petroleiro
Calotas polares derretem
e modificamos códigos genéticos em nome da ciência
o Homo se diz Sapiens, mas o que mais lhe parece faltar é a sapiência

Que o espaço-tempo é curvo, Einstein provou a partir de um lampejo
Realmente não sei se o que você chama de verde é a mesma cor que eu vejo
Alheia a isso, a maioria continua exaltando o luxo e a propriedade privada
Esquece que caixão não tem gaveta
E que dessa passagem, a aprendizagem é a única bagagem levada

Mas há crianças, há sorrisos, há o Maraca no domingo
O panorama não agrada, mas não há porque se desesperar
Pela simples noção de que é uma dádiva estar vivo
De que os caminhos são lindos, e é necessário caminhar


Bom, talvez o erro tenha sido meu. Como pude esperar que uma geração que idolatra musicalmente Lady Gaga ou que tem como hit do verão “I wanna be a bilionaire” poderia aceitar e ouvir uma banda que em suas músicas, seu blog e seus shows denunciam toda a miséria e problemática do sistema vigente, evocando a juventude a acordar da sua alienação e egoísmo e ter um pouco mais de amor ao próximo?

Me desculpem, erro meu.


“Navios negreiros não cruzam mais o oceano
Mas o trabalho e o dinheiro continuam escravizando
Impondo ao mundo a cultura do capital
Materialismo, acúmulo e o pensamento individual.”
(Escala Latina – Forfun)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Necessidades

Duas pipas encontram-se no céu
e crianças correm pela rua...

De algum alto falante saem palavras,
em uma língua estranha,
vindas do passado...
Palavras que meio século
não enterraram em esquecimento...
nem mesmo as fizeram mentiras...
palavras reais e atuais
de mais de 50 anos atrás...

O mundo perde o fôlego...
A sociedade precisa de revoluções:
Cultural, ambiental, social...
As pessoas precisam de uma guerra
contra seus preconceitos e seu egoísmo...
Os povos precisam de paz.

Enquanto tudo e nada acontece lá fora,
eu estou deitado na cama
e a única coisa que preciso no momento
é do seu sorriso ao meu lado.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sabe aqueles dias que você acha que sua vida é um lixo e que se você desaparecesse não haveria prejuízo alguma a humanidade? Mas você vê o sorriso da sua namorada e pensa que alguma coisa você fez de útil nesses seus medíocres 18 anos de existência.