sexta-feira, 25 de junho de 2010

Desabafo

As pessoas mudam...
Mudam seu jeito de pensar,
Seus interesses,
Seus gostos,
Seus hobbys...
Mudam sua forma de ver o mundo

É natural,
Acontece ou vai acontecer com qualquer um...
Eu, você, fulano e sicrano

O problema é quando essa transformação
Acontece rápido demais,
Depressa demais...

E não é acompanhada pelas pessoas a sua volta,
Ou não dá tempo de serem traçados laços
Com pessoas
Que tenham o mesmo modo que você

Quando isso acontece
As conseqüências são catastróficas,
Você fica sozinho,
Se sente o errado da sociedade,
Errado por criticar a sociedade,
Errado por ser diferente da massa da sociedade,

Aquela massa que ouve funk e Beyonce,
Aquela massa que segue os padrões globo de qualidade,
Que escolhem a profissão pensando em quanto vai ganhar,
Aquelas pessoas que acham que cultura é ir ao cinema todo sábado
(não menosprezando o cinema)
Que ler é coisa de idiotas e poesia motivo de chacota...

O maior problema é que essas pessoas,
Essas pessoas eram tudo que você tinha,
Era o que você considerava seus melhores amigos...
Mas hoje são tão diferentes de você,
E se mostram tão cruéis...
Ao debochar do seu novo ser ...

Mas o pior não é o deboche,
O pior não é a desilusão,
O desapontamento,
O pior não é a “ridicularidade” dessas pessoas,
O pior,
O pior de tudo,
O pior de tudo é a solidão.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mais alguns versos de amor

Escrever de amor é tão normal,
Ah, o amor ...
O mais belo e doloroso clichê ...


O mais antigo tema
De tantos poetas, de tantos poemas

Já relatado de todas as formas,
De todas as cores
De todos os meios e pontos de vista
Poemas, filmes, romances, músicas, pinturas ...
Doloroso, feliz, correspondido ou platônico ...
Sempre o Amor !

Porque eu, logo eu ?
Um adolescente qualquer
Que sonha em um dia ser um poeta,
Mas ainda faz textos tão inúteis,
Preso a rimas e vícios,
Que vem evoluindo a cada verso de cada poesia,
Mas ainda tem muito a crescer,
Ver, aprender e viver ...

Porque eu, logo eu
Conseguiria escrever
Sobre algo tão escrito e comentado?
Como ser original?
Como fazer um bom trabalho?

Mais fácil parar de escrever
Ir atrás de você, te reconquistar ...
E o amor viver .

Errar ...

Erros vem, erros vão ...
Poucas causas, muitas conseqüências ...
Erros sim, erros não,
Erros humanos e cotidianos,
Erros intoleráveis ou insuperáveis
Erros certos,
Erros maléfico, ...
Ou apenas erros .

Sempre a procura de um perdão ...

Sempre a procura de perdão ...

Sempre a procura do teu perdão.

Smiles

Sorrir,
Ato tão belo e natural para alguns,
Tem sido tão incoerente e difícil pra mim,
Mas nem sempre foi assim,
Na verdade,
Até ontem não era assim ...

Ah!, Flexionar as bochechas,
Expor a arcada dentaria como obras de arte,
Ah, um bom sorriso ... será que ainda consigo ?

Não, não, não ...
Há bolas de ferro em minhas covinhas,
Elas empurram meu rosto, e puxam meu coração ...

Procuro no movimento caótico da cidade,
Alguma solução.

A chuva molha meu rosto,
Se confunde em minhas lágrimas
Traduz a tristeza
Que inunda meu corpo ...

Ah!, que saudade de você,
Que saudade de viver,
Que saudade de sorrir ...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mais um copo, mais um verso

Amigos num bar
Garrafas na mesa
Rimas começam a se formar
Em minha cabeça

Palavras soltas
Metáforas rebuscadas
Simplicidade complexa
Complexidade vazia

Num guardanapo as anoto
Tentando formar uma poesia
Eis que surge um violão
Meu poema é musicado
E mais um samba acontece

Mais um samba improvisado
E esquecido

Mais um samba,
Mais um sonho,
Mais uma noite de verão,
Mais um bar no Rio de Janeiro,
Mais uma roda de amigos,
Gênios esquecidos
Ou idiotas extrovertidos ?

Palmas

Bandeiras
Faixas
Cornetas
Propagandas

Amarelo
Azul
Verde
Branco

Palmas, palmas,
Ó que mais belo show,
Do grito do nacionalismo
O povo se lembrou...

Palmas, palmas,
Olha que maravilha
De quatro em quatro anos
Se quebra a rotina

De quatro em quatro anos
O Brasil se lembra
De ser brasileiro ...

Vestibular

Duvidas...

Duvidas..

Duvidas .

Dúvidas
Dedicação
Auto-parasita
Morte social

Desespero
Lágrimas
Medo
Meditação
Sono

Sol
Confiança
Caminho
Guerra
Fila

Facilidade
Dificuldade
Pânico
Auto-controle

Nervosismo
Espera
Gabarito
Felicidade
Fim do mundo
Alegria de viver
Recomeço

Boteco
Consolar
Comemorar
Cerveja .

sábado, 19 de junho de 2010

Estrela .



Coração bom,
Honesto,
Amigo fiel,
Bom filho,
Exemplo de namorado,
Exemplo de pessoa

Jorge Henrique, o Kiko,
Tinha todas as qualidades
Necessárias para um bom advogado,
Bom médico, escritor, engenheiro,
Jornalista, publicitário, ator,
Cantor, desenhista,
Poeta, ...

Porém entre todas essas qualidades
Kiko escolheu outra
A que ele era melhor
E a que o deixava mais feliz
Fisicamente – pela adrenalina –
E economicamente

Kiko voava

Kiko corria pra viver
E correu pra morrer

Nas ruas da Zona Sul,
Da Tijuca, da Barra
De Niterói ou da Lapa,
Melhor malabarista não tinha

Sim, malabarista,
Pois o que ele fazia era
Um verdadeiro malabarismo
Com o tempo, entre espaços,
Curvas ou buracos,
Vida e a morte.

Nunca falhou,
Sempre desviando da morte,
Numa exatidão milimétrica,
Sempre um segundo na frente .

Um dia, porém,
Alguma alma fraca
E desalmada
Deixou a morte
Queimar largada.

Kiko pela primeira vez
Foi ultrapassado (apenas pela indesejada)
Primeira e ultima vez,
Ultima e primeira vez.

Como sua jaqueta de couro dizia
Kiko era uma estrela do asfalto
Que como o padre Valentim narrou
Foi transferida para o céu

Sua equipe agora é uma constelação
Que brilha todas as noites
Como sempre brilhou na terra
Iluminado pra sempre em nossas lembranças .






Poema dedicado à Jorge Henrique da Costa Medeiros (5/12/88 – 13/3/09),

O Kiko .