sexta-feira, 30 de março de 2012

Viagem em versos rebeldes

Quero fazer um poema sobre sacanagem!
Amor?
Eu amo.
Mas não é disso que quero falar...
Quero falar de sacanagem,
safadesa, putaria...
Quero falar sobre sexo selvagem,
trepar, gozar, xingar e amar...
Prazer. Mais carnal e puro possível.
Um tapa na cara...
da cultura politicamente-correta
que destrói o sentimento carnal
e o fluido poético natural.

E nem por isso deixar de amar.

Modernistas, surrealistas, comunistas, anarquistas,
Rockeiros, feministas, homossexuais, dadaístas,
Oprimidos. Todos lutaram contra essa lógica escro...estética
da moral hipócrita e machista,
da ordem frigida e opressora,
que o pseudo-cristianismo cultivou
e o capital regou e cuidou.
E a minha geração?

E nem por isso deixar de amar.

Eu não sou eu,
Nem você é você... Ok!
Mas somos todos parte de um coletivo,
Partes da sociedade, partes da mesma hipocrisia!
É preciso lutar!

E nem por isso deixar de amar.

É preciso derrubar o sistema e suas opressões.
E como disse Paulo:
“En la lucha de classes todas las armas son buenas: Piedras, noches, poemas”

E Foder!

E nem por isso deixar de amar.

sábado, 10 de março de 2012

Novos Horizontes

No seu jogo de sedução
me perdi da solidão...
No meio dos seus esquivos e suas desculpas
eu conheci uma grande amizade
e uma nova forma de desejo.

O velho sofrimento comecei a esquecer,
quando esbarrei no novo sorriso,
o lindo sorriso que me fez respirar novamente
e meu coração ficar mais leve.

Talvez nunca te tenha como quero,
mas sempre terei a capacidade de te fazer sorrir...
Talvez nunca consiga te conquistar,
mas sempre vou ter aquela semana para lembrar...
(a semana em que as suas recusas foram tantas
que me fizeram esquecer aquela recusa fatal.)

Não sei o que vai acontecer agora
que a semana acabou...
Mas sempre terei o que te agradecer.

Você arrebentou as grades, quebrou as correntes,
despiu o luto da viúva e lançou o pássaro...

Me prendeu ao seu sorriso
e me libertou das lágrimas.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Escravo Liberto

Minha vida é inútil.
E assim será...
Sou inútil pois sou escravo.
Escravo de meus desejos
que nunca realizarei...
Escravo de um mundo
onde não existe liberdade,
e se existe ela também é escrava
de sua madrasta Desigualdade.

Morrerei inútil,
mas antes terei três filhos
-úteis-
e vou criá-los
da maneira que não pude ser criado
e assim eles farão o que não pude fazer
na inutilidade desta escrava existência.

O primeiro se chamará Ernesto,
e libertará a humanidade.

A menina se chamará Simone,
e libertará o Amor.

O ultimo será Yago
que libertará a Vida.

E do meu tumulo sentirei orgulho
mas não sentirei liberdade
pois morri Escravo.