segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Tiempo que se recuerde

O brilho do sol reflete em seu cabelo,
enquanto minha mão lhe faz cafuné
e se sente perdida num labirinto
de formas, cores, curvas e densidades...

Sua barba mal feita enfeita o rosto.
Meus olhos estreitos contemplam
a fisionomia, as idéias, o momento...
a música é baixa e os risos altos

E se agora, junto ao sol e ao mar, está desfeito o momento,
e se agora, outros fios a mão acaricia, não importa.
Ainda sinto os dedos me tocarem,
os olhos me contemplarem,
ainda sinto o momento...



Poema de Yan Gabriel de Oliveira e José del Baquerú

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ode à Lapa.


Ao pisar nesse solo sagrado,
Homenageado por tantos e tantas gerações,
Me arrepio e peço benção.

Aqui, meu cabelo bagunçado e minhas roupas amassadas
não tem diferença.
Aqui, posso ser quem eu quiser,
o que eu quiser,
quando eu quiser,
como eu quiser.

Ó Terra de todas as tribos...
Entre bêbados e patricinhas,
mendigos e malandros,
me sinto bem...

Sento no botequim mais sujo e mais barato,
E, com uma cerveja e um cigarro,
dou a luz a esses versos medíocres,
porém apaixonados.

Olho pro céu
e vejo as estrelas se confundirem com os holofotes
desse templo da Boemia que são os Arcos.

Hoje a Noite ainda não tem Luar,
e talvez nunca mais terá,
mas, finalmente, estou em paz...
No berço do Samba, misturado com Rock
e outras bossas...

Estou em casa,
Estou na Lapa.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Menino Di-Lua.

Na maior parte do tempo,
sinto meu coração vazio,
como um céu sem lua...

O vazio da Lua Nova...
às vezes surge uma felicidade crescente
que, de repente, mingua
-o momento mais doloroso-
antes de chegar a ser cheia, feliz de verdade.

Lua cheia, nunca mais.