Do lado de fora,
a chuva cai vagarosamente
como se sentisse preguiça
de molhar o chão do pátio...
Do lado de dentro
ele também faz movimentos vagarosos
formando formas com o pincel,
dando vida a tinta,
cuidadosamente...
Entre uma mão e outra ele senta na rede...
Escreve alguns versos num guardanapo...
Sente o cheiro do incenso...
Reflete...
Questiona...
Se questiona,
porque seus discursos sempre tão cheios de ideologia,
seu Pensamento voltado ao próximo,
pensamento que tem começado a se refletir vagarosamente na tinta
e nos atos...
Mas raramente reflete nos versos...
Se questiona porque sua inspiração poética,
continua tão egoísta...
Porque sua cabeça que tenta ser tão mais aberta,
insisti em bolar versos tão egocêntricos...
Onde lembra e maximiza seus problemas,
tão irrisórios perto dos outros 6 bilhões...
Lágrimas caem de seu rosto,
mergulhado na fumaça
e ele mais uma vez desabafa
em seu divã de papel...
Enquanto isso a chuva continua a cair,
Preguiçosamente...
"Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... [...] 'Maluqueiras – é o que não dá certo. Mas só é maluqueira depois que se sabe que não acertou!'” (Riobaldo Tatarana) *** "Podem dizer que isto é loucura, mas é somente a mais pura maneira de se amar." (Jorge Mautner)
quinta-feira, 3 de março de 2011
Vagarosamente
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Bom poema, garoto. Apareça quando puder. Grande abraço e continue escrevendo.
ResponderExcluirEle vai chegar lá. Tem gente que quando começa, rima limão com pão, depois isso passa. Quando ele não esperar refletir as dores do mundo, o poema vai falar por si. Vai chegar.
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