Um brilho seco de sol aparece entre as nuvens
para cegar meus olhos molhados.
Olho pro sinal e vejo um velho mendigo
- cego taxado de louco,
com olhos lúcidos para enxergar o que ninguém mais vê-
Embaixo da chuva
anunciando o fim do mundo.
Esse fim de chuva,
agora ralo,
ao contrario da madrugada
que alagou a cidade,
me lembra dos desabrigados do Bumba
que ainda esperam...
e os de Friburgo também...
Mas nenhum deles ainda é lembrado,
no Senado,
no Congresso
ou no Projac...
Embora ainda estejam abandonados,
em abrigos,
quadras
ou caixas de sapato...
O sol aparece novamente,
entre a insistente chuva do céu,
mas não é capaz de secar
a insistente chuva dos meus olhos.
"Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... [...] 'Maluqueiras – é o que não dá certo. Mas só é maluqueira depois que se sabe que não acertou!'” (Riobaldo Tatarana) *** "Podem dizer que isto é loucura, mas é somente a mais pura maneira de se amar." (Jorge Mautner)
sábado, 30 de abril de 2011
Insistente Chuva
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Cotidiano-as vezes cruel,
Sociedades e pessoas sociais..
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGostei muito desse..me faz pensar que as pessoas só olham para o problema - e mesmo assim superficialmente - quando este está exaltado na televisão..depois, todo mundo esquece, e continua sem fazer nada.
ResponderExcluirEnfim, gosto do seu jeito de protestar, meu amor.
Que bom que promovi essa reflexão amor, era uma das ideias do poema. É também gosto dessa forma de protestar, mas não pode ser a única. Os versos devem ser acompanhados de ações, assim como tudo quando se trata de mudar algo. Obrigado pelo apaoio no blog linda, te amo. =)
ResponderExcluirExcelente e emocionante. O melhor que já li, de verdade!
ResponderExcluirDepois dessa, passei a achar o poema que eu escrevi no dia da enchente ano passado uma merda hahaha
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