terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Batalha do Maracanã


Naquela manhã cinzenta,
as gotas da chuva se confundiam às lágrimas
dos verdadeiros donos dessa terra,
tão explorada,
massacrada, guerreada
e roubada
há mais de 500 anos.

Os soldados do capital chegaram cedo e,
logo, cercaram aquele pedaço de Brasil
esquecido entre as avenidas e radiais da Paris Tropical.

Contudo, os filhos, pais e avós legítimos
desta malcriada Mãe Gentil
não estavam sós.
Jovens, favelados, gays, negros, crianças, professores, camponeses, artistas...
Trabalhadores...
Todos oprimidos e explorados dessa cidade maravilhosa
que há tantos anos padece nas mãos de ditadores e impérios,
hipócritas e sádicos...

Todos os lutadores, que correm todos os dias
entre às águas e ônibus lotados deste enorme Rio de lama e opressão,
vieram se posicionar ao lado de seus ancestrais e de sua história.

Vieram armados... não com arcos, lanças e flechas,
mas com flores, sorrisos e sonhos...
Vieram dizer, junto aos moradores da Aldeia,
aos Cabrais, sejam Pedros ou Sérgios,
Marinhos, Macedos ou Paes...
Viemos dizer que não sairemos.
Não abandonaremos nossa aldeia nem nossa luta.
Não abandonaremos nossas florestas nem as ruas e praças de nossas cidades.
Não abandonaremos nossos sonhos e utopias.
E lutaremos.

Lutaremos até o fim,
até que a chuva não desabe companheiros,
até que se tenha respeito por nosso passado e nosso presente.
Lutaremos até construir o futuro de nossos sonhos.

Rio de Janeiro, Aldeia Maracanã, 12 de Dezembro de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário