Alzirinha aos seus 9 anos
tinha cabelos morenos e pele alva,
Eram como as cores plásticas vibrantes
Que um dia pintariam a obra de arte de sua imagem adulta.
Seu sorriso refletia sua inocência
E seus olhos, puras intenções...
Num dia fresco de outono
na pequena aldeia de Trás dos Montes
onde morava com seus pais e irmãos,
Alzirinha aproveitava o momento de descanso
Do trabalho na vinícola,
E passeava alegremente pelo campo que rodeava os Montes...
Encontrou um broto de rosa branca caída
Aos pés do roseiral de D. Almerinda,
Alzirinha entristeceu-se ao pensar que aquela flor,
Estava prestes a morrer antes de florescer...
Alzirinha a resgatou,
E a plantou no seu lugar preferido do campo...
A menina levou a rosa para a beira do penhasco
Onde ela levava sua única boneca pra tomar chá,
Onde seu pai colhia as uvas para o vinho do patrão
E onde seu avô a tempos remotos escrevia os mais belos fados...
O penhasco tinha uma linda vista,
Donde se via toda a aldeia,
E o campo ao redor...
E muito além...
Para Alzirinha de lá ela podia ver toda Portugal...
Todos os dias ela ia cuidar do broto,
Até chegar o inverno,
e sua mãe a proibir de ir brincar tão longe...
Alzirinha no início ficou preocupada com sua nova amiga,
Passando pela chuva e neve...
Arrependeu-se de tê-la plantado num lugar com tanto risco de desabamento,
Chorou todas as noites do inicio de inverno
Mas a alvura da neve e o trabalho pra ceia de natal
Acabou afastando suas preocupações com o broto...
No primeiro dia de primavera,
No dia de seu aniversario de 10 anos,
Alzirinha foi passear no campo
Havia ganhado uma linda boneca que a filha do patrão enjoara
E estava ansiosa para mostrá-la o lugar mais belo de Portugal.
Quando chegou perto da ribanceira,
Viu a mais bela rosa Branca florescer...
Não se lembrava mais como ela tinha chegado ali...
Mas entendeu que apesar de todo o frio e chuva do inverno português,
Deus havia lhe reservado um belo presente de aniversário.
A mais bela rosa no mais belo lugar de sua inocência infantil.
"Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... [...] 'Maluqueiras – é o que não dá certo. Mas só é maluqueira depois que se sabe que não acertou!'” (Riobaldo Tatarana) *** "Podem dizer que isto é loucura, mas é somente a mais pura maneira de se amar." (Jorge Mautner)
terça-feira, 3 de agosto de 2010
A Rosa Branca
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emocionante esse.. queria ter comentários a altura, mas o principal é que voce melhora e surpreende a cada poema, amor. E o mais incrível é que voce faz isso sozinho, evoluindo com as próprias pernas. Admiráel, gatinho.
ResponderExcluirTe amo, juju