Quero escrever aos angustiados,
aos insaciáveis, aos incorformados,
aos indignados, aos “porras-lokas”
aos “pipas-avoadas” e aos solitários...
Quero escrever aos que chegaram atrasados pra festa
e só pegaram as migalhas...
E aos que estavam na festa, comeram, passaram mal, e não desistiram...
querendo transformar as migalhas num bolo melhor...
A todos os malucos belezas e às metamorfoses ambulantes
A todos os nowhere mans and womans
A todos os que se sentem like a rolling stone
A todos os blueseros da piedade,
A todos os mais novos baianos,
E a todos que tem medo de cálices...
A qualquer um que não entenda qual a graça de ser feliz,
em meio a tanto sofrimento,
E aos que não entendem o que é ser feliz como os outros.
Aos que não seguem padrões,
aos que não assistem a novela das 9,
aos que não julgam a vida do outro como esporte,
aos que brigam contra seus próprios preconceitos
e aos demais.
Aos que questionam.
Aos que podem voar.
Aos que fogem,
e aos que lutam...
Aos que sonham.
Aos que não entendem
porque a miséria é natural
e a felicidade é proibida.
Quero escrever a toda essa banda podre da sociedade,
assim taxada por ser gentil e solidária,
por sonhar.
A todos vocês
escrevo para avisar:
Não estão sozinhos.
"Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... [...] 'Maluqueiras – é o que não dá certo. Mas só é maluqueira depois que se sabe que não acertou!'” (Riobaldo Tatarana) *** "Podem dizer que isto é loucura, mas é somente a mais pura maneira de se amar." (Jorge Mautner)
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Versos de Grajaú
I.
Ele caminha lentamente
pelas ruas de sua infância...
Algumas coisas mudaram
Mas o bairro, mesmo assim, parece ter parado no tempo.
A violência aumentou, a padaria virou restaurante.
Porém o ar confortável e calmo continua o mesmo.
As árvores velhas de sua mocidade
continuam centenárias, mas não envelheceram nada
desde sua ultima caminhada.
As casas pequenas e detalhadas,
de arquitetura colonial e donas simpáticas,
estão um pouco mais amareladas,
assim como suas respectivas velhinhas,
porém continuam lindos castelos aos seus olhos.
O silencio das bicicletas
continua a soar com o vento fresco
sendo atrapalhado raramente por um carro
ou um cachorro.
Tudo parece igual.
Mas algo mudou.
O observador mudou.
O antigo menino alegre e saltitante
é reconhecido pelo sorriso das senhoras
que cumprimentam o rapaz triste e sozinho,
escrevendo algo num caderno,
fumando como o pai,
enquanto toma uma cerveja na calçada da antiga padaria.
II.
Banhado na fumaça
vagava nas lembranças...
Lembrava de como tudo era anos antes...
Antes dela, antes deles,
Antes da vergonha que já fora orgulho,
Antes do orgulho que já foi mistério,
Antes das idéias, antes das dúvidas, antes dos ideais...
Antes das lágrimas e das perdas...
Antigamente...
Quando tinha medo da chuva
e adorava cachorros,
Quando sua maior preocupação era qual revistinha comprar
ou qual balanço brincar.
Quando chorava ao ver um pombo atropelado
e ia a feira com a avó.
Quando sabia correr,
Quando sabia ser gentil,
Quando não tinha vergonhas
Quando não sabia o que era amar,
quando sabia sorrir.
Ele caminha lentamente
pelas ruas de sua infância...
Algumas coisas mudaram
Mas o bairro, mesmo assim, parece ter parado no tempo.
A violência aumentou, a padaria virou restaurante.
Porém o ar confortável e calmo continua o mesmo.
As árvores velhas de sua mocidade
continuam centenárias, mas não envelheceram nada
desde sua ultima caminhada.
As casas pequenas e detalhadas,
de arquitetura colonial e donas simpáticas,
estão um pouco mais amareladas,
assim como suas respectivas velhinhas,
porém continuam lindos castelos aos seus olhos.
O silencio das bicicletas
continua a soar com o vento fresco
sendo atrapalhado raramente por um carro
ou um cachorro.
Tudo parece igual.
Mas algo mudou.
O observador mudou.
O antigo menino alegre e saltitante
é reconhecido pelo sorriso das senhoras
que cumprimentam o rapaz triste e sozinho,
escrevendo algo num caderno,
fumando como o pai,
enquanto toma uma cerveja na calçada da antiga padaria.
II.
Banhado na fumaça
vagava nas lembranças...
Lembrava de como tudo era anos antes...
Antes dela, antes deles,
Antes da vergonha que já fora orgulho,
Antes do orgulho que já foi mistério,
Antes das idéias, antes das dúvidas, antes dos ideais...
Antes das lágrimas e das perdas...
Antigamente...
Quando tinha medo da chuva
e adorava cachorros,
Quando sua maior preocupação era qual revistinha comprar
ou qual balanço brincar.
Quando chorava ao ver um pombo atropelado
e ia a feira com a avó.
Quando sabia correr,
Quando sabia ser gentil,
Quando não tinha vergonhas
Quando não sabia o que era amar,
quando sabia sorrir.
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Sobre a viuvez esquecida.
Sou um viuvo?
Não! Os viúvos também sofrem,
mas endurecem
e se escondem.
Sou uma viúva,
que anda pela rua de mãos dadas com seu luto,
tristeza e saudade.
Sou uma viúva de amor suicidado.
A pessoa amada ainda vive,
mas não é mais a mesma.
O suor de prazer secou,
O calor do amor apagou
A voz ainda é melodiosa, mas é seca e fria.
O sorriso ainda é lindo,
mas não olha mais pra mim.
Sinto saudades de alguém que não existe mais,
Mas está vivo e feliz.
Sinto saudades de alguém que,
por minha causa,
não sente saudades de mim.
Sinto saudades do amor que morreu,
não suicidado,
mas assassinado,
por mim.
Sou uma viúva sozinha e triste,
que não pode nem ao menos visitar o túmulo do amor
pois suas cinzas foram jogadas ao mar.
Sou uma viúva sozinha e triste,
que não pode velar o corpo amado,
pois este está vivo,
e vive com ódio e raiva de mim.
Sou uma viúva sozinha e triste,
que sobrevive nas lembranças esquecidas,
que vive no esquecimento alheio e na saudade infantil,
na tristeza egoísta e no desejo carinhoso,
na carência precipitada e na perca não planejada,
na culpa intolerável e nas lágrimas inesgotáveis.
Sou uma viúva sozinha e triste,
que tenta, inutilmente,
lembrar de ser viúvo e não esquecer as conveniências.
Não! Os viúvos também sofrem,
mas endurecem
e se escondem.
Sou uma viúva,
que anda pela rua de mãos dadas com seu luto,
tristeza e saudade.
Sou uma viúva de amor suicidado.
A pessoa amada ainda vive,
mas não é mais a mesma.
O suor de prazer secou,
O calor do amor apagou
A voz ainda é melodiosa, mas é seca e fria.
O sorriso ainda é lindo,
mas não olha mais pra mim.
Sinto saudades de alguém que não existe mais,
Mas está vivo e feliz.
Sinto saudades de alguém que,
por minha causa,
não sente saudades de mim.
Sinto saudades do amor que morreu,
não suicidado,
mas assassinado,
por mim.
Sou uma viúva sozinha e triste,
que não pode nem ao menos visitar o túmulo do amor
pois suas cinzas foram jogadas ao mar.
Sou uma viúva sozinha e triste,
que não pode velar o corpo amado,
pois este está vivo,
e vive com ódio e raiva de mim.
Sou uma viúva sozinha e triste,
que sobrevive nas lembranças esquecidas,
que vive no esquecimento alheio e na saudade infantil,
na tristeza egoísta e no desejo carinhoso,
na carência precipitada e na perca não planejada,
na culpa intolerável e nas lágrimas inesgotáveis.
Sou uma viúva sozinha e triste,
que tenta, inutilmente,
lembrar de ser viúvo e não esquecer as conveniências.
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domingo, 25 de dezembro de 2011
Fuga, procura e espera.
Ando na chuva pra disfarçar minhas lágrimas...
Me escondo na profundidade literária,
em labirintos ideológicos,
tentando fugir do vazio de meu peito..
Inútil.
Te procuro em cada olhar,
Em cada coxa,
Em cada movimento,
Em cada toque de celular,
mas nunca acho.
Só acho-te nas minhas lembranças e lágrimas,
no vazio sem fim de meu peito,
na desistência esperançosa
e nas minhas ultimas esperanças,
que já desistiram de esperar...
Me escondo na profundidade literária,
em labirintos ideológicos,
tentando fugir do vazio de meu peito..
Inútil.
Te procuro em cada olhar,
Em cada coxa,
Em cada movimento,
Em cada toque de celular,
mas nunca acho.
Só acho-te nas minhas lembranças e lágrimas,
no vazio sem fim de meu peito,
na desistência esperançosa
e nas minhas ultimas esperanças,
que já desistiram de esperar...
sábado, 24 de dezembro de 2011
Feliz Natal.
Estou sentado na cama, quase completamente sozinho,
Uma taça de vinho e as vozes melódicas são minhas única companhia...
Estou realmente muito sozinho.
Por entre as frestas da perciana
os raios quentes do sol de verão invadem meu quarto
e secam minhas lágrimas.
Tenho em minhas mãos alguma coisa...
Um livro, tento-o ler...
Meus olhos acompanham as linhas do texto,
mas meu cérebro está inerte, se recusa a assimilar as palavras do autor.
Meu cérebro está inundado...
Imerso em palavras dolorozas,
lembranças espinhosas
e lágrimas contidas.
Mais um gole e o vinho acabará,
as esperanças já se acabaram nas ondas da manhã.
Feliz Natal!
Uma taça de vinho e as vozes melódicas são minhas única companhia...
Estou realmente muito sozinho.
Por entre as frestas da perciana
os raios quentes do sol de verão invadem meu quarto
e secam minhas lágrimas.
Tenho em minhas mãos alguma coisa...
Um livro, tento-o ler...
Meus olhos acompanham as linhas do texto,
mas meu cérebro está inerte, se recusa a assimilar as palavras do autor.
Meu cérebro está inundado...
Imerso em palavras dolorozas,
lembranças espinhosas
e lágrimas contidas.
Mais um gole e o vinho acabará,
as esperanças já se acabaram nas ondas da manhã.
Feliz Natal!
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Durmo
Durmo.
Mas não sinto sono nem cansaço.
Durmo para esquecer,
Durmo para lembrar...
Durmo para sonhar
que ainda estou ao seu lado
correndo num gramado de margaridas
rosas, cravos e girassóis...
Corremos por correr, sem pressa nem destino,
até cansarmos e cairmos,
enrolados entre nós e as flores
e eu mais uma vez dizer e ouvir:
Eu amo você.
Acordo.
Mas não sinto sono nem cansaço.
Durmo para esquecer,
Durmo para lembrar...
Durmo para sonhar
que ainda estou ao seu lado
correndo num gramado de margaridas
rosas, cravos e girassóis...
Corremos por correr, sem pressa nem destino,
até cansarmos e cairmos,
enrolados entre nós e as flores
e eu mais uma vez dizer e ouvir:
Eu amo você.
Acordo.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Necessidades(relembrando)
Duas pipas encontram-se no céu
e crianças correm pela rua...
De algum alto falante saem palavras,
em uma língua estranha,
vindas do passado...
Palavras que meio século
não enterraram em esquecimento...
nem mesmo as fizeram mentiras...
palavras reais e atuais
de mais de 50 anos atrás...
O mundo perde o fôlego...
A sociedade precisa de revoluções:
Cultural, ambiental, social...
As pessoas precisam de uma guerra
contra seus preconceitos e seu egoísmo...
Os povos precisam de paz.
Enquanto tudo e nada acontece lá fora,
eu estou deitado na cama
e a única coisa que preciso no momento
é do seu sorriso ao meu lado.
e crianças correm pela rua...
De algum alto falante saem palavras,
em uma língua estranha,
vindas do passado...
Palavras que meio século
não enterraram em esquecimento...
nem mesmo as fizeram mentiras...
palavras reais e atuais
de mais de 50 anos atrás...
O mundo perde o fôlego...
A sociedade precisa de revoluções:
Cultural, ambiental, social...
As pessoas precisam de uma guerra
contra seus preconceitos e seu egoísmo...
Os povos precisam de paz.
Enquanto tudo e nada acontece lá fora,
eu estou deitado na cama
e a única coisa que preciso no momento
é do seu sorriso ao meu lado.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
quelle est la vie?
Como dizer o que não posso dizer?
Como ser quem não tenho certeza do que sou?
Como agir sem saber o que está fazendo?
Como ser feliz com medo de magoá-los?
Como ser triste sem querer?
Viver não é angustia,
Viver não é sorriso,
Viver não é melancolia,
Viver não é carinho...
Viver é duvida(r).
Como ser quem não tenho certeza do que sou?
Como agir sem saber o que está fazendo?
Como ser feliz com medo de magoá-los?
Como ser triste sem querer?
Viver não é angustia,
Viver não é sorriso,
Viver não é melancolia,
Viver não é carinho...
Viver é duvida(r).
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terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Eu e Clarice, Clarice e nós.
"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre."
E enquanto eu ainda sou eu ou ainda entendo este eu como o que digo ser eu, uso essas palavras de outra para explicar a mim. Por enquanto sou assim.
Obrigado Clarice.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre."
E enquanto eu ainda sou eu ou ainda entendo este eu como o que digo ser eu, uso essas palavras de outra para explicar a mim. Por enquanto sou assim.
Obrigado Clarice.
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