terça-feira, 23 de novembro de 2010

Golpe da Maioridade

O dia tão sonhado chegou,
E ai? O que mudou?

O telefone não para de tocar
lembrando parentes que nem me lembro mais
No computador,
dezenas de falsos amigos,
ex-amigos,
amigos esquecidos
e amigos verdadeiros
uma vez no ano foram lembrados
daquele garoto
que conheciam,
e nem imaginam,
morreu - ou está morrendo -
desde o inicio do ano...

A primavera ainda tem jeito de inverno...
Lá em casa sempre o mesmo inferno...
E os sonhos e esperanças
se desfizeram em lembranças...

O emprego é uma ilha ao longe...
A carteira de motorista separada por um oceano de suor
E a liberdade?
Ah a liberdade...
nem aparece no horizonte...

Mas as dúvidas ainda me acompanham
e nem pensam em abandonar...
elas que são o combustível dos meus versos,
além é claro daquele outro,
que agora posso abastecer meu cérebro
sem recorrer mentiras descaradas...

Mas espere ai,
Teoricamente ainda tenho 17!
Quem sabe algo especial não acontece as 23:44?

2 comentários:

  1. Yan, perdoe-me não vir por aqui o quanto gostaria, por conta de coisinhas do cotidiano profissional. Agradeço de coração todos os teus comentários lá no meu blog, só me faz imaginar que estou fazendo o que acho de mais gratificante no ato de escrever: tocar as pessoas. =) obrigado mesmo!

    Adorei o teu poema!Às vezes a evocação do cotidiano diz tanto sobre nós mesmos, mais do que algumas complicaçõezinhas (que, confesso, faço) e encerra tanta poesia... O teu poema me lembrou tantas coisas que já passaram... poema bom, de ler e de reler.

    abração!

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  2. Yan, belo poema! Ele me faz pensar que essa é a verdadeira dor do crescimento, que nada tem a ver com ossos, articulações... Nem sempre é fácil esar nesse mundo, mas é preciso encontrar caminhos (tão íntimos e intransferíveis) para a felicidade de cada dia.

    Um beijo!

    Ah, Feliz Aniversário atrasado!!!

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