Os bêbados jogam sinuca,
a jukebox volta no tempo,
tocando sambas tão -ou mais- antigos quanto ela...
E eu? Eu fumo e observo.
Observo aqueles que,
assim como à Kerouac,
mais me interessam...
Os loucos, os bêbados, as jukeboxes,
os sambas, as garrafas, os velhos...
Os inúteis.
Inúteis para essa sociedade careta,
produtivista e, ironicamente, falida.
Os loucos... Os sábios...
Fumo, observo... Aprendo.
Eles, todos eles,
do dono à jukebox
enchem o bar de alegria...
Uma triste alegria esquecida no passado...
Uma triste alegria esquecida no passado de Malandros e Mulatas...
no passado de noites cheias de estrelas e de serenatas...
O único canto de presente,
o único canto de tristeza,
é o canto em que me escondi.
Esse canto calado em fumaça e versos malfeitos...
Esse canto que chamo de vida.
27 de Outubro de 2012, Rio de Janeiro, Jacarépagua.
"Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... [...] 'Maluqueiras – é o que não dá certo. Mas só é maluqueira depois que se sabe que não acertou!'” (Riobaldo Tatarana) *** "Podem dizer que isto é loucura, mas é somente a mais pura maneira de se amar." (Jorge Mautner)
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