"Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... [...] 'Maluqueiras – é o que não dá certo. Mas só é maluqueira depois que se sabe que não acertou!'” (Riobaldo Tatarana) *** "Podem dizer que isto é loucura, mas é somente a mais pura maneira de se amar." (Jorge Mautner)
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Oração à Bethânia
Obrigado, Bethânia.
Pois
com seu olhar,
poderoso e vertiginoso,
conheci
e aprendi
o(s) oficio(s) de se subir,
descalço,
em um palco.
Obrigado.
Pois com seus cachos,
volumosos e longos,
aprendi a seguir
todas as direções
apontadas por meus cachinhos,
bagunçados e perdidos.
Obrigado.
Pois com seu grave nariz,
suas rugas e seus cabelos brancos,
aprendi que a beleza
é algo muito mais complexo
que simples estereótipos
ou idade...
Obrigado.
Pois com seu pé quente
e sua cabeça fria
aprendi a caminhar
pelas estradas de minha vida,
guiado pelos Orixás
negros e vermelhos.
Baianos e europeus.
Santos e ateus.
Mitos ou fatos históricos,
porém Homens,
seres humanos,
embora muitas vezes
tratados como animais,
ou pior.
Obrigado.
Pois nos imprevisíveis,
impecáveis
e inigualáveis
tons de sua
voz
aprendi, reconheci, lembrei e vivi
a dor, a felicidade, a fé, o ceticismo,
o humor, o drama, a arte, o tesão,
o abandono, o desespero, a resignação
e o Amor.
Obrigado.
Pois com sua
música
aprendi,
e estou aprendendo,
ainda,
a sobreviver
e tentar existir.
Obrigado.
Pela poesia
que inspira
e ensina
esses versos,
ainda
frágeis e fracos,
inocentes e, quiçá,
infantis.
Obrigado, Bethânia.
Por existir
e me ensinar
a sobreviver.
Niterói, Morro do Estado, 11 de Setembro de 2013
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