sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Descosturem as paredes

Estou sempre preso,
em um cômodo vazio.

Um 2x2,
com paredes de pano colorido
tecidos,
como outros quaisquer
porém mais caros que a sua mãe!

Nessa parede tem quadros
fotos e molduras
de outra época que envergonha
de vergonhas futuras...

Não há portas...
Não há janelas...
não sei como vim parar aqui,
só sei que fui eu,
quem me trancou aqui!

Dos altos falantes no teto
só saem um som...
não é musica...
não é submusica...
não é som ambiente...

em um intervalo
são meus gritos
em um momento
são seus risos...

2 comentários:

  1. Adorei, Yan!
    Quero dizer outra coisa: não deixe sua inquietação abrandar, mantenha-se jovem no melhor sentido que essa palavra tem, pois questionar, resistir, lutar e, ainda assim, manter-se alegre e leve é preciso!
    Obrigada pelas palavras gentis no meu blog. O que me levou a escrever esse último textinho foi uma frase do Caio Fernando Abreu (conhece?):"Subi correndo no primeiro bonde, sem esperar que parasse, sem saber para onde ia. Meu caminho, pensei confuso, meu caminho não cabe nos trilhos de um bonde".
    Ela me faz pensar que estamos sempre à espera de um bonde, de um caminho, de algo que nos dê a direção dessa vida; na ausência do ideal, às vezes, corremos o risco de entrar no bonde errado. Então o texto foi uma espécie de declaração de amor. Pois em relação a isso, há uma espera deliciosa, pois o amor verdadeiramente me acompanha.

    Nossa, escrevi demais! rsrs!

    Grande beijo!!!

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  2. Carol, obrigado pelo comentario, pelo conselho e pela frase que eu não conhecia. E escrever nunca é demais. Tentarei sempre manter minah juventude viva, até não ser mais apenas juventude, ser parte de mim até a inquietação tornar-se essencia.

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