João não tem pai, não tem mãe, não tem pão,
Não tem emprego nem certidão...
Ganha a vida com seu chapéu furado
E um violão quebrado...
Dorme sobre lençol de seda pavimentada
coberto por diamantes distantes,
Acorda com um bom dia alegre
do guarda da praça
e seu amigo esbelto cassetete
Seus colegas de profissão
O chama de João, o poeta beberrão...
Na empresa onde trabalha
costumam dizer que ou você escreve
ou enlouquece...
Muitos escrevem o que vêem, o que sentem
O que passaram...
João escreve versos floridos,
regados à aguardente,
de amores que não teve
mas imagina nos jovens que passam
com suas donzelas,
e o ignoram,
de dia...
Os mesmos que a noite o percebem,
E com ele treinam seu muay thai
fazendo florescer seus versos de amor
De dia toca na esquina,
Com o chapéu estendido,
O olho inchado e os versos
agradecendo aos meninos pela inspiração noturna...
"Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... [...] 'Maluqueiras – é o que não dá certo. Mas só é maluqueira depois que se sabe que não acertou!'” (Riobaldo Tatarana) *** "Podem dizer que isto é loucura, mas é somente a mais pura maneira de se amar." (Jorge Mautner)
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Sob o cobertor de estrelas
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O desnudar de um cotidiano cruel.
ResponderExcluir=)