Queria seguir seu conselho,
parar de amar o passado
e ver que o novo sempre vem...
Mas o novo não chega
e nem tem perspectivas de chegar sem atraso...
O passado parece glorioso,
apesar de reconhecer seus erros...
O futuro parece incerto e, às vezes, até improvável...
Mas essas duas análises partem da mesma causa:
o presente é inexistente.
O que somos? O que nos tornamos?
Juventude alienada,
revolucionários praticistas,
música vazia,
ausência de formulação intelectual,
ausência de intelectuais,
movimentos esvaziados,
controle midiático,
resistência muda,
massa cega
e fantasmas surdos.
Esta é minha geração, esta é a era de Aquários.
Prazer.
Até o prazer é limitado, rotulado, perseguido e escondido.
O sonho da liberdade de consumo,
a diversidade sexual pensada a partir do velho padrão patriarcal,
a poesia, assim como a filosofia, é coisa do passado,
até mesmo para os que amam o passado.
O que é produzido de novo na intelectualidade,
não é mais do que novas formas do velho,
o velho lobo em pele de cordeiro.
O balde de merda é tão grande,
a estagnação pós-moderna prende as mudas tão fortemente,
que antes de se tornarem flores murcham.
E estamos sempre a repetir,
só o que nos resta é repetir
e fazer brotar a partir da repetição critica
a nova rosa vermelha da liberdade.
E lembremos, novamente repetindo, que
“todas as revoluções parecem impossíveis,
até que se tornem inevitáveis.”
Rio de Janeiro, Jacarepaguá, 26 de Agosto de 2012.
"Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... [...] 'Maluqueiras – é o que não dá certo. Mas só é maluqueira depois que se sabe que não acertou!'” (Riobaldo Tatarana) *** "Podem dizer que isto é loucura, mas é somente a mais pura maneira de se amar." (Jorge Mautner)
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