domingo, 26 de agosto de 2012

Geração Perdida.

Queria seguir seu conselho,
parar de amar o passado
e ver que o novo sempre vem...
Mas o novo não chega
e nem tem perspectivas de chegar sem atraso...

O passado parece glorioso,
apesar de reconhecer seus erros...
O futuro parece incerto e, às vezes, até improvável...
Mas essas duas análises partem da mesma causa:
o presente é inexistente.
O que somos? O que nos tornamos?

Juventude alienada,
revolucionários praticistas,
música vazia,
ausência de formulação intelectual,
ausência de intelectuais,
movimentos esvaziados,
controle midiático,
resistência muda,
massa cega
e fantasmas surdos.

Esta é minha geração, esta é a era de Aquários.
Prazer.
Até o prazer é limitado, rotulado, perseguido e escondido.

O sonho da liberdade de consumo,
a diversidade sexual pensada a partir do velho padrão patriarcal,
a poesia, assim como a filosofia, é coisa do passado,
até mesmo para os que amam o passado.
O que é produzido de novo na intelectualidade,
não é mais do que novas formas do velho,
o velho lobo em pele de cordeiro.

O balde de merda é tão grande,
a estagnação pós-moderna prende as mudas tão fortemente,
que antes de se tornarem flores murcham.
E estamos sempre a repetir,
só o que nos resta é repetir
e fazer brotar a partir da repetição critica
a nova rosa vermelha da liberdade.

E lembremos, novamente repetindo, que
“todas as revoluções parecem impossíveis,
até que se tornem inevitáveis.”


Rio de Janeiro, Jacarepaguá, 26 de Agosto de 2012.

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